Neste romance, a problemática de vida dos personagens é vista como o resultado de um intrincado jogo de fatores que combinam origem, classe social, nível de instrução, características do meio em que estão inseridos e sua própria configuração psicológica. Dentro de seu universo particular, aparentemente sem ligação alguma com os outros, cada personagem vê seu destino se cruzar de maneira surpreendente, num Rio de Janeiro dos anos 1970 mergulhado na ditadura militar. Em especial o personagem Frederico, médico nazista foragido no Brasil, que acaba, por vias transversas, numa situação limite e sem saída, como consequência de sua atividade criminosa. De todos os questionamentos possíveis, o mais abrangente seria perguntar: em outras condições de vida, esses mesmos seres humanos teriam comportamento semelhante?