Nos últimos anos, as novas funções constitucionais dos promotores de justiça na defesa dos direitos da coletividade têm despertado grande interesse em juristas, na mídia, em pesquisadores e, principalmente, nos membros do próprio Ministério Público. Com o objetivo de investigar de perto o universo dos promotores de justiça e suas práticas, Cátia Aida Silva realizou numerosas entrevistas com um grupo de promotores públicos da capital e do interior do Estado de São Paulo, que ingressaram entre 1990 e 1997 com ações contra o poder público em defesa dos direitos das crianças e adolescentes. A partir desses dados, discute as formas de atuação dos promotores, analisando sua auto-imagem e as ambiguidades que demonstram em relação ao papel do MP na sociedade brasileira atual. O histórico da atuação do MP nos últimos anos, a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente e a relação dos promotores com os movimentos organizados da sociedade compõem os capítulos iniciais e permitem compreender de forma mais abrangente as questões analisadas nos capítulos finais.