Luiz Otávio Magalhães cresceu martirizado pelo desejo de se vingar de sua família, revoltado pela rejeição e pelos maus-tratos sofridos. Ainda jovem, percebeu que tinha o dom divino (segundo sua mãe) ou maligno (segundo seu pai). Sua personalidade complexa e conturbada desenvolveu um amor incestuoso, correspondido por sua irmã mais velha. O falecimento de seu pai, em razão de uma doença grave, frustou a sua intenção de vingar-se dele. A dor da descoberta de que a mãe não o amava a ponto de defendê-lo do pai, a falência da família em razão do mau uso da herança pelo irmão mais velho e o carinho e afeto de sua irmã, também fragilizada em ver tanta maldade contra ele, levando-a a deixá-lo confuso com os próprios sentimentos, foram condições que influenciaram o direcionamento de sua vida. Acreditando ser o escolhido de Deus, o jovem, que começou a ganhar dinheiro e projeção nacional, criava obras sociais como uma forma de aplacar sua angústia espiritual, pois seu “dom maligno” o incitava à vingança contra a família. Acontece que o destino lhe reservou uma surpresa em forma de amor para estragar seu desejo de vingança, e ele ficou “Entre Deus e o diabo”, com um desfecho eletrizante, onde o inverossímil é a realidade.